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Terceiro evento do Brasil Certo debate a inclusão de pessoas com deficiência
Mulheres no Poder

Terceiro evento do Brasil Certo debate a inclusão de pessoas com deficiência


Convidada Andrea Schwarz trouxe temas importantes, como capacitismo, vacinação contra a Covid-19, diversidade e inclusão

Nesta sexta-feira, 7 de maio, o Brasil Certo realizou o evento digital “Pessoa com deficiência: desafios para conquistar o mercado de trabalho”. A convidada da vez foi a empreendedora social e especialista em inclusão e diversidade, Andrea Schwarz. No bate papo com a senadora Soraya Thronicke (PSL/MS), Andrea contou um pouco de sua história, abordou o preconceito sofrido pela pessoa com deficiência com destaque na dificuldade de acesso ao mercado de trabalho e sobre os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus.

Orgulhosa da evolução do Brasil Certo desde sua criação, a senadora Soraya destacou a importância dos eventos para que os objetivos do projeto, de se inspirar e conectar mulheres que querem construir soluções práticas nas suas comunidades, sejam alcançados. “É com exemplos de liderança, perseverança e força é que vamos conduzir o Brasil a uma verdadeira transformação. É dessa forma que vamos semear a cidadania responsável em cada uma das cidades brasileiras”, afirma Soraya.

Andrea Schwarz é CEO da empresa IIGUAL, uma consultoria especializada na inclusão e diversidade no mercado de trabalho. Ao longo dos últimos 20 anos, esse trabalho ajudou mais de 18 mil pessoas com deficiência a conquistarem um emprego no mercado formal de trabalho em mais de mil grandes empresas.

Em dezembro de 2019, Andrea foi eleita LinkedIn Top Voice pelo próprio LinkedIn, que a colocou entre as pessoas mais influentes e relevantes da rede em um universo de mais de 40 milhões de usuários. Foi a primeira pessoa com deficiência a ganhar esse reconhecimento pela maior rede profissional do mundo.

Andrea Schwarz iniciou sua fala agradecendo pela oportunidade de se compartilhar sua história e falar sobre diversidade e inclusão como uma forma de mudar conceitos e antigos vieses sobre a pessoa com deficiência. “Sempre quando a gente fala de inclusão e de pessoa com deficiência, a gente está falando de uma pessoa muito diferente de nós. Mas, quando a gente dá a oportunidade de conviver e observar, a gente começa a ver muito mais semelhança do que diferença”, diz a empreendedora.

Superação e um novo propósito

Andrea se tornou cadeirante aos 22 anos, por conta de uma má-formação congênita na medula espinhal. O que poderia ser o seu maior desafio, contudo, se tornou um trampolim para que ela atuasse por um mercado de trabalho mais acessível e diverso. Esse processo de transformação na sua vida começou ainda no hospital, quando soube da sua condição.

“Eu não nasci com uma deficiência, eu adquiri uma deficiência. Quando fui internada, foram 30 dias de uma jornada muito grande de conhecimento interno. Nem eu sabia que era tão forte para poder enfrentar algo que virou a minha vida de cabeça pra baixo”, e relembra: “eu lembro do dia em que fui apresentada para minha cadeira de rodas. Eu digo que rolou um olhar 43. Ela olhou pra mim, eu olhei pra ela. E a gente decidiu que a gente ia ser feliz”.

Ao sair do hospital, decidida a seguir sua vida com plenitude, Andrea afirma que rapidamente sentiu o preconceito na pele. “Quando eu começo a entender, depois que passei por esse momento de reabilitação, quando eu passo a entender que a Andrea era a mesma pessoa, comecei a perceber muito rápido que a sociedade me via de forma enviesada, porque eu estava em uma cadeira de rodas. Me subestimava como se eu não pudesse mais ser dona do meu destino, protagonista da minha história. E o meu lugar sempre foi onde eu quis estar”, detalha Andrea.

Ela afirma que esse sentimento mudou sua vida, mas a motivou ainda mais. “Movida por esse incômodo, por não me ver representada em várias posições na sociedade – na liderança das empresas, na mídia, na política, na publicidade –, eu decidi que ia trabalhar por um mundo mais inclusivo, e isso virou o meu propósito de vida”, conta a CEO.

Mercado de trabalho para pessoas com deficiência

Durante o evento, a empreendedora social lamentou a falta de oportunidade de acesso a pessoas com deficiência ao mercado de trabalho. Segundo ela, durante a pandemia do novo coronavírus, mais de 22 mil postos de trabalho para pessoas com deficiência foram fechados. Além dos empregos perdidos, Andrea ainda expõe outro problema: muitas empresas contratam pessoas com deficiência somente para cumprirem a lei, mas não realizam um processo de inclusão e acessibilidade. “As pessoas com deficiência estão sempre na base da pirâmide, e quando a gente olha assim, vira um custo, quando deveria ser um investimento”.

Ela explica que diversidade é diferente de inclusão. “Tem uma frase de autor desconhecido: diversidade é chamar para o baile, inclusão é convidar para dançar”. Para ela, empresas que não investem em inclusão, desperdiçam uma grande oportunidade de negócio. “Diversidade e inclusão são muito mais do que o certo. Sem equipes plurais, a gente não tem inovação e então não vai ter lucro. Então, não dá mais pra gente pensar na contratação de pessoas que só tenham o mesmo perfil. Não basta você ter só diversidade, porque contratar, por exemplo, dentro de uma organização é diferente de incluir. Se diversidade é nossa principal defesa, inclusão é nosso principal desafio” comenta.

Capacitismo

Outro importante ponto abordado no evento do Brasil Certo foi o esclarecimento do termo, capacitismo, que é o nome dado a toda forma de discriminação e atitudes preconceituosas contra PcDs. O ato vai da falta de acessibilidade à forma com que essas pessoas são tratadas na sociedade como inferiores e/ou incapazes.

“O capacitismo começa quando as pessoas comparam a sua vida com a de uma pessoa com deficiência e sentem um alívio. Com essa minha fala, a gente já começa a ver o quão forte é o capacitismo, o quanto ele realmente coloca as pessoas com deficiência dentro de uma caixinha, criando estereótipos e rótulos, limitando o tipo de vida e a atuação que essas pessoas vão ter. Limitando até o ir e vir, os direitos básicos de educação, saúde, emprego e assim por diante”, expõe Andrea.

Ela contou que, diariamente, ouve frases como “quem sou eu pra reclamar da vida” quando alguém a vê levar sua vida com felicidade, sentada em uma cadeira de rodas. E destaca: “A minha deficiência não deve inspirar ninguém. O que deve inspirar é o que eu fiz com ela”.

Vacinação

Tema em destaque na sociedade, a vacinação contra a Covid-19 também foi levantada no evento. Durante sua fala, Andrea falou com a senadora Soraya sobre a situação delicada de pessoas com deficiência, que possuem um risco muito maior de morte caso contraiam a doença. A empresária pediu apoio para que essa população seja incluída no grupo prioritário de vacinação, se colocando à disposição para ajudar a senadora neste trabalho.

Soraya se mostrou atenta ao tema e garantiu à Andrea que irá se empenhar para colocar pessoas com deficiência como prioritárias no Programa Nacional de Vacinação. “Está na minha agenda como prioridade desta semana. Vou pedir para que todos os senadores abracem essa ideia e intercedam junto ao Executivo e a sua voz é muito importante”, afirmou a parlamentar, que é presidente do PSL Mulher e líder do Brasil Certo.

O bate-papo entre Soraya e Andrea ainda rendeu muitos outros temas importantes, pautas que servem para derrubar preconceitos e incluir de fato as pessoas com deficiência na nossa sociedade, com respeito e representatividade.

Não pôde assistir ao vivo? Não tem problema. O evento completo está disponível no site e no canal do Brasil Certo no Youtube. Assista agora e confira na íntegra o importante debate.

Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=7Iuf4fATWxQ